Brasil registra taxa de desemprego de 6,4%, a segunda menor da série histórica, aponta IBGE
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Publicado em 31/10/2024

A taxa de desemprego no Brasil continua em queda, atingindo 6,4% no trimestre encerrado em setembro deste ano, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse é o segundo menor índice de desocupação da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, que começou a ser monitorada em 2012. O recorde histórico permanece sendo o trimestre encerrado em dezembro de 2013, quando o índice chegou a 6,3%.

A redução de 0,5 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, que fechou com taxa de 6,9%, reflete o contínuo aquecimento do mercado de trabalho em um ano marcado por estratégias econômicas e políticas públicas voltadas para a recuperação de empregos. Em números absolutos, o Brasil registrou 7 milhões de pessoas desempregadas, menor contingente desde o início de 2015. A queda foi de 7,2% comparado ao trimestre anterior e de 15,8% em relação a 2023.

Por: Rômulo Menicucci.

 

Recorde no número de ocupados e informalidade em alta

O contingente de ocupados chegou a 103 milhões, marcando um novo recorde na série histórica, com crescimento de 1,2% em relação ao trimestre anterior e de 3,2% no comparativo anual. Esse avanço fez com que a taxa de ocupação atingisse 58,4%, o maior percentual para um trimestre encerrado em setembro, o que destaca o aumento da absorção da população ativa.

O aumento dos postos de trabalho, no entanto, não garantiu uma queda proporcional da informalidade, que ainda corresponde a 38,8% dos trabalhadores ocupados – ou seja, 40 milhões de pessoas. Esse índice apresentou uma leve redução em relação a 2023, quando era de 39,1%, mas ainda aponta desafios para a formalização de uma parte significativa da mão de obra brasileira. Dos 53,3 milhões de empregados no setor privado, 14,3 milhões não possuem carteira assinada, número que representa um aumento de 3,9% comparado ao trimestre anterior e de 8,1% em relação ao ano passado.

Crescimento dos empregos com carteira assinada

Apesar da informalidade persistente, os empregos com carteira assinada registraram um avanço significativo, atingindo 39 milhões, número recorde na série histórica. Esse grupo cresceu 1,5% em relação ao trimestre anterior, um incremento de 582 mil pessoas. Em comparação com 2023, o aumento foi de 4,3%, o que equivale a 1,6 milhão de trabalhadores formalizados.

O IBGE também destacou que a população fora da força de trabalho – brasileiros de 14 anos ou mais que não estão em busca de emprego ou não estão disponíveis para trabalhar – totaliza 66,4 milhões. Esse grupo inclui a população desalentada, estimada em 3,1 milhões de pessoas, que representa uma estabilidade no trimestre e uma queda de 11,3% em relação ao ano passado.

Estabilidade nos rendimentos e desafios de renda

 

O rendimento médio habitual dos brasileiros se manteve estável, com um valor estimado em R$ 3.227, apenas uma leve queda em comparação ao trimestre anterior, quando o rendimento era de R$ 3.239. Em relação ao ano passado, no entanto, houve um crescimento de 3,7%, o que reflete uma ligeira recuperação do poder de compra. Já a massa de rendimentos, que totaliza os valores recebidos por todos os trabalhadores ocupados, foi estimada em R$ 327,7 bilhões, demonstrando estabilidade no trimestre e um crescimento de 7,2% no comparativo anual.

 

Subutilização e perspectivas futuras

 

No cenário atual, 18,2 milhões de brasileiros permanecem subutilizados, grupo que inclui desempregados, subocupados e indivíduos que poderiam estar trabalhando, mas estão fora da força de trabalho potencial. Esse contingente caiu 4,4% em relação ao trimestre anterior e 9,8% no comparativo anual, o que aponta uma recuperação da ocupação formal e o retorno de pessoas ao mercado de trabalho.

 

A diminuição do desemprego é reflexo de políticas econômicas que buscam aquecer o setor produtivo e reduzir a informalidade. Contudo, o índice de subutilização e a taxa de informalidade indicam que ainda há um caminho longo para se alcançar uma recuperação econômica plena e um mercado de trabalho mais estruturado, inclusivo e com ampliação das oportunidades de trabalho formal.

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